O órgão regulador do Brasil se tornou um dos primeiros a aprovar a proposta de aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft.
Na quarta-feira, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) do país disse que aprovou a fusão sem restrições.
“Considerando a enorme popularidade de Call of Duty, é razoável inferir que se os jogos da Activision Blizzard não estivessem mais disponíveis nos consoles da Sony, os usuários do PlayStation poderiam decidir migrar para o Xbox, ou mesmo para um PC, para continuar tendo acesso aos jogos da franquia, ” lê-se parte do resumo do CADE.
“Por outro lado, também é razoável supor que se os próximos jogos de Call of Duty se tornarem exclusivos do ecossistema da Microsoft, os jogadores leais à marca PlayStation poderiam simplesmente abandonar a série, migrando sua demanda para outros jogos disponíveis em seu console favorito.”
Continua: “Apesar disso, não se pode descartar a possibilidade de a Microsoft considerar potencialmente lucrativa adotar uma estratégia de exclusividade nos jogos da Activision Blizzard, mesmo que uma decisão nesse sentido possa resultar no sacrifício de uma parte relevante das vendas, usuários e até mesmo a popularidade do Call of Duty.
“Isso porque, em tese, tal estratégia poderia contribuir para aumentar as vendas do Xbox, ampliar a base de assinantes do Game Pass e fortalecer os efeitos da rede no ecossistema da Microsoft, de forma a compensar qualquer perda de receita com a venda de jogos no curto prazo. prazo.”
O veredicto do CADE segue afirmando que acredita que o conteúdo exclusivo tem sido “muito importante” para a concorrência no mercado de consoles e um dos principais fatores responsáveis pelas posições de PlayStation e Nintendo como líderes de mercado.
“Os jogos exclusivos são uma referência de competição entre a Microsoft e a SIE, embora nenhuma empresa até agora tenha desenvolvido ou adquirido um jogo exclusivo que tenha mudado decisivamente o equilíbrio em favor de um console. Isso ocorre porque os jogos exclusivos proprietários são menos populares e representam menos receita do que os jogos AAA de terceiros, que, até então, estão disponíveis no Xbox e PlayStation.”
Concluiu: “Como já visto, a Nintendo atualmente não depende de nenhum conteúdo da Activision Blizzard para competir no mercado. Por sua vez, a Sony tem vários predicados – força da marca líder mundial há mais de 20 anos, vasta experiência no setor, maior base de usuários, maior base instalada de consoles, catálogo robusto de jogos exclusivos, parcerias com várias editoras, consumidores fiéis à marca , etc., o que deve contribuir para manter a competitividade do PlayStation em um possível cenário pós-Operação, mesmo diante de uma possível perda de acesso ao conteúdo da Activision Blizzard.

“Além disso, é importante destacar que o objetivo central da atuação do CADE é a defesa da concorrência como forma de promover o bem-estar dos consumidores brasileiros, e não a defesa de interesses particulares de concorrentes específicos.
“Afinal, não se pode perder de vista que o titular dos bens jurídicos protegidos pela Lei nº 12.529/2011 é a coletividade, e não o concorrente/agente econômico como pessoa física.
“Nesse sentido, embora se reconheça que parte dos usuários de consoles PlayStation (da Sony) podem decidir migrar para o Xbox caso os jogos da Activision Blizzard, e principalmente Call of Duty – se tornem exclusivos do ecossistema da Microsoft, SG/ O Cade não acredita que tal possibilidade represente, por si só, um risco à concorrência no mercado de consoles como um todo.”
O regulador brasileiro foi um dos primeiros a compartilhar publicamente sua correspondência em torno da fusão, incluindo acesso sem precedentes a respostas de perguntas e respostas de empresas como Sony, Ubisoft, Amazon e Google.
A decisão segue a da Autoridade Geral de Concorrência da Arábia Saudita, que declarou em agosto que “não tinha objeções” à proposta de compra da indústria de jogos.
A aquisição proposta de US$ 68,7 bilhões está sendo examinada por reguladores de todo o mundo em meio a preocupações antitruste durante um período de crescente consolidação na indústria de jogos.
De acordo com um relatório publicado na terça-feira, a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) poderia decidir sobre a proposta de aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft até o final de novembro.
Enquanto isso, o regulador de concorrência do Reino Unido anunciou na terça-feira que estabeleceu um prazo de 1º de março de 2023 para publicar as conclusões de sua investigação sobre o acordo.

Notavelmente, a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) está preocupada com o impacto que o acordo poderia ter na capacidade de competição do PlayStation, já que o acordo faria a Microsoft ganhar a propriedade da série Call of Duty.
A Microsoft apresentou oficialmente seu caso para sua proposta de aquisição da Activision Blizzard com a Comissão Europeia na última sexta-feira.
O órgão europeu de fiscalização da concorrência estabeleceu um prazo provisório de 8 de novembro para concluir o acordo ou optar por entrar em uma segunda fase de investigação mais detalhada, como a CMA recentemente decidiu fazer.
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